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quarta-feira, 5 de junho de 2013

Medo de voar: Verdades e mitos sobre aviões


O comandante João Roque responde às dúvidas daqueles que têm fobia de voo.

Porque é que o avião voa?
Porque tem asas, as asas criam uma força de sustentação, essa força só é gerada porque é dado impulso ao avião para que possa descolar-se na massa de ar. Para que essa força seja gerada tem os motores.
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E se houver uma avaria em pleno voo?
O avião não cai! Por exemplo, ele voa independentemente de ter ou não motores. Os motores apenas prolongam a distância de voo. Existe o mito que uma avaria é uma coisa fatal e não é. Nós explicamos que a avaria é uma coisa comum de acontecer, está prevista e existem outros sistemas que podem substituir os que funcionam mal. Tudo o que é importante para um avião, normalmente está em duplicado, em triplicado ou em quadruplicado. Se é importante ter energia no avião, não tenho um gerador, tenho três, quatro ou cinco, tenho muitas maneiras de gerar energia eléctrica. Isto é válido para a energia eléctrica, para sistemas de navegação, para os pilotos automáticos, para os sistemas de travagem, para tudo. O mesmo se aplica aos pilotos, que nunca é só um, são sempre dois ou três. É graças a esta redundância que se conseguem índices de segurança elevados.

Porque é que há acidentes?
Os acidentes acontecem porque há intervenção humana e, quer queiramos quer não, a intervenção humana tem sempre a sua componente de falha. O que as pessoas podem ter a certeza é que trabalhamos muito a sério para combater essa falha e essa pequena margem de erro que possa existir.

O que é a turbulência?
É um fenómeno da meteorologia. Vivemos num planeta que é muito dinâmico. Se olharmos para a massa de água, o mar tem todas aquelas oscilações pelo movimento de rotação da Terra. O mesmo se passa na atmosfera, só que nós não visualizamos porque a atmosfera tem uma densidade muito mais baixa do que a água. Depois é mais sentido num avião porque enquanto num barco vamos a 6 ou 7 ou 20 nós, num avião vamos a 400 nós, ou seja, a 900 km/h. Portanto, sentimos com muito mais força esta dinâmica da atmosfera que provoca a turbulência. Mas não faz cair o avião! Nós evitamo-la porque causa grande desconforto aos passageiros.

A aterragem e a descolagem são os momentos mais perigosos do voo?
Não vou negar que são fases mais críticas do voo porque estamos a passar o peso do avião, que é suportado pelo trem de aterragem, para a asa e ele passa a ser suportado pela tal força de sustentação. Ora essa é uma fase que, quer queiramos quer não, é uma fase de aceleração – na descolagem – em que a operação é feita a baixa altitude e por vezes o erro pode acontecer. O mesmo se passa na aterragem. Aí vamos transitar o peso do avião da asa para o trem de aterragem quando toca na pista. Trata-se de um conjunto de manobras que são muito exigentes e que implicam muito treino da parte das tripulações. Mas são fases seguras!


Onde é que os pilotos fazem a sua formação?
A formação dos pilotos é muitas vezes suportada pelos próprios e as pessoas questionam-se onde fizemos o curso. Mas depois de entramos numa companhia área temos que fazer o curso de qualificação do avião que estamos a voar. Esse curso tem inúmeras sessões de simulador – 19 sessões de simulador de três horas cada uma – em que o piloto vai aprendendo a operar com aquele avião em situações de emergência, em situações de falha do motor, fogos a bordo… Tudo isto é treinado para que, na eventualidade de estas situações ocorrerem em voo real, sejamos capazes de lidar com elas e resolver os problemas. Depois o avião tem muitas redundâncias e é com essas redundâncias que nós somos também habilitados a trabalhar. Ou seja, o avião tem dois motores, mas eu tenho de ser capaz de voar só com um. No caso do Airbus 340, que tem quatro motores, somos treinados a voá-lo só com dois. Depois disto tudo, somos sujeitos a um exame semestral em simulador e temos de cumprir determinados parâmetros do voo. Se não os cumprimos não voamos.

Quem faz a manutenção dos aviões? Pode-se confiar nessa manutenção?

O programa de manutenção do avião tem que ser cumprido à risca porque foi determinado pelo construtor, foi aprovado pelas entidades aeronáuticas e depois há um acompanhamento grande da própria companhia aérea. A actividade de manutenção envolve milhares de pessoas e um conjunto organizado de tarefas.

Mas voar é mesmo seguro?
O avião é um meio bastante seguro. A operação que temos não só no universo TAP mas no universo da indústria aeronáutica é bastante segura, rege-se por regras muito apertadas e exigentes que as companhias aéreas são obrigadas a cumprir porque são auditadas e porque têm brio em mostrar o seu nível de segurança. Só assim é que têm passageiros que confiem nelas. Nós estamos a ter um índice de acidentes a diminuir, ao mesmo tempo que temos um índice de número de voos a aumentar. São só boas notícias!

SOL

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