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terça-feira, 26 de março de 2013

Air France faz treino com passageiros dentro do avião

O eurodeputado Mário David questiona a Comissão Europeia e o Conselho Europeu se as companhias aéreas europeias estão autorizadas a fazer treinos em voos comerciais. O caso aconteceu em Lisboa.

Air France faz treino com passageiros dentro do avião
O eurodeputado do PSD Mário David descobriu, após uma aterragem bastante conturbada, que a Air France efetua treinos de pilotos em voos comerciais. Perante o facto, testemunhado por si próprio, exige explicações à companhia francesa, à Comissão Europeia e ao Conselho Europeu.

"Há coisas com as quais não se deve brincar. Não se admite que façam dos passageiros cobaias, sobretudo, numa companhia como a Air France, na qual depositamos toda a confiança", declarou ao Expresso Mário David.   
A queixa surge após uma viagem do deputado, no passado dia 19 de março, de Paris a Lisboa, num voo da Air France quando, na aproximação à capital portuguesa, as rodas traseiras do avião tocam no chão e, de repente, a aterragem é abortada e o avião arranca com velocidade.
A seguir ao primeiro inciente, o avião fez outra aproximação e um novo "borregar", altura em que o comandante do avião comunicou à torre de controlo que não aterrava devido a um "golpe de vento", mas que "na verdade não existiu".
Segundo Mário David, à saída do avião podia ver-se na ficha de bordo que a tripulação do voo incluía dois co-pilotos com nomes asiáticos. "Dirigi-me à chefe de cabina e disse-lhe: Já aterrei mais de 1000 vezes em Lisboa e nunca tive uma situação destas, será porque desta vez estavam dois co-pilotos chineses?", questionou o eurodeputado à tripulante, que, irritada, arrancou a ficha de bordo e recusou dar explicações.

Companhia já encomendou relatório


"O vento era de dez nós contrários e de 350 graus, uma situação ideal para aterrar no aeroporto de Lisboa. A justificação não é aceitável, pelo que decidi fazer alguns telefonemas e vim a descobrir que a Air France tem um contrato de formação de pilotos chineses", explicou.
Na terça-feira, o eurodeputado ligou logo para a Air France, tendo pedido para falar com o diretor da companhia, que já não se encontrava na sede, mas no dia seguinte recebeu uma chamada a dizer que tinham recebido a sua queixa e que já tinham pedido um relatório a Paris, e que assim que este estivesse pronto seria avisado.
"Isto passou-se no aeroporto de Lisboa, com certeza que não aconteceria em Londres ou Frankfurt", acrescenta o português Mário David.  
Depois deste episódio, o eurodeputado resolveu questionar a Comissão Europeia e o Conselho Europeu sobre se as companhias aéreas estão autorizadas a fazer treinos durante voos comerciais, com passageiros, esperando obter uma resposta no prazo de 30 dias. 

Apurar responsabilidades


"Porquê uma pergunta parlamentar à Comissão, quando poderia apenas depositar uma queixa contra a Air France? Em primeiro lugar, porque gostaria de saber se uma empresa aérea da UE, e no seu espaço aéreo, pode fazer voos de treino em voos comerciais, com passageiros", diz Mário David.
No caso de se cumprirem as normas europeias, o eurodeputado questiona ainda se as autoridades dos países não devem pelo menos ser previamente avisadas das intenções das companhias. 
"Em caso afirmativo, há ou não a obrigação da concordância das autoridades dos países das rotas em que tais treinos são efetuados? E assiste ou não aos passageiros o direito de saber previamente a existência de tais treinos? E é ética e deontologicamente aceitável que o comandante minta aos passageiros?", interroga-se.
"Embora não sendo verdade, vamos assumir que o treino é totalmente isento de perigo: mas se um passageiro, com o susto, sucumbir a uma crise cardíaca, de quem é a responsabilidade? Do vento?", pergunta ainda Mário David, frisando que a operação de treino podia não ser intencional, mas mesmo uma aterragem falhada dos treinantes.  

EXPRESSO PT

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