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terça-feira, 6 de março de 2012

A Embraer não sai do chão

A Embraer acabou eliminada numa briga de cachorro grande. Pressões provocadas pela disputa presidencial nos Estados Unidos, por um lado, e pela ação do influente lobby do setor de defesa americano para fortalecer a Boeing na disputa para vender caças para a Força Aérea Brasileira, por outro, causaram a perda de um contrato de US$ 355 milhões para a empresa de São José dos Campos (SP). A Embraer, presidida por Frederico Curado, havia vencido a concorrência para fornecer 20 aviões Super Tucano ao programa Light Air Support, que representaria a primeira venda de um produto militar da empresa brasileira à Força Aérea dos EUA (USAF).


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Mas o governo local suspendeu o contrato na última semana, alegando problemas com a documentação enviada pela Embraer. O primeiro indício de turbulência em seu curso de voo havia surgido com a suspensão temporária do contrato, após a concorrente Hawker Bechcraft contestar o resultado. A empresa americana, que tem entre os seus acionistas a poderosa Lockheed Martin, alegou que os 1,4 mil empregos de sua sede no Kansas estariam em risco. Newt Gingrich, um dos pré-candidatos presidenciais do Partido Republicano, reforçou o coro protecionista. “Pegar dinheiro emprestado dos chineses para pagar os brasileiros é um modelo que não funciona”, disse.
Um entendimento comum no setor aeronáutico é de que a concorrência americana teria sido criada com o objetivo de aumentar as chances da Boeing na cobiçada licitação de 36 caças pelo governo brasileiro, que deve movimentar US$ 10 bilhões. Valor muito maior que o do contrato perdido pela Embraer. Depois que o governo brasileiro reforçou sua preferência pelo modelo Rafale, da francesa Dassault, após a vitória deste numa concorrência similar na Índia, a suspensão do acordo significaria uma mensagem enviada em um momento oportuno, exatas duas semanas antes da visita da presidente Dilma ao presidente americano Barack Obama.
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Barrado: o CEO Curado permanece sem vender avião militar aos EUA.
A reação brasileira começou por meio do Itamaraty. “Esse desdobramento não contribui para o aprofundamento das relações entre os dois países em matéria de defesa”, afirmou em nota. O País ganhou ainda um aliado de peso. O general Norton Schwartz, comandante da USAF, classificou o cancelamento de “vergonhoso”. No meio de toda a polêmica, a Embraer amarga mais uma derrota em tentativas de vender ao governo americano. Em 2004, ela também venceu a licitação para vender a aeronave de vigilância EBM-145 ao Exército. Mas não levou. Desta vez, a suspensão pode se provar um tiro no pé. Cerca de 90% do valor do Super Tucano corresponde a componentes produzidos nos EUA. Além disso, o aparelho seria feito na Flórida, e criaria 1,2 mil novas posições de trabalho em todo o país.
isto é dinheiro

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