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sexta-feira, 29 de julho de 2011

Novo relatório aponta sucessão de erros de pilotos para a causa do acidente do voo AF 447

Escritório de Investigações e Análise (BEA), órgão oficial francês encarregado das investigações do acidente com o voo 447 da Air France, anunciou nesta sexta-feira (29) que identificou uma série de erros dos pilotos que causaram o acidente com o voo AF447 da Air France, que fazia o trajeto Rio-Paris em 30 de maio de 2009. O Airbus A330 caiu no Oceano Atlântico matando as 228 pessoas a bordo. O novo relatório, segundo a BEA, traz “circunstâncias exatas” do acidente que foi possível após a recuperação dos dados das caixas-pretas do Airbus A330 da Air France, recuperadas do mar.

O terceiro relatório [leia a íntegra aqui] sobre as investigações técnicas da tragédia revela que os pilotos não adotaram o procedimento adequado após os primeiros problemas detectados durante o voo: perda de indicadores de velocidade - falha para a qual eles não foram treinados para lidar - e perda de sustentação da aeronave.

"Os pilotos não identificaram a situação de perda de sustentação", apesar do alarme sonoro que se ativou durante 54 segundos, traz o relatório.

O documento diz ainda que eles não aplicaram o procedimento necessário após o congelamento das sondas (sensores de velocidade) pitot, o que provocou a perda dos indicadores de velocidade.

O BEA informou que os comandantes da aeronave "não receberam treinamento sobre os procedimentos adequados a serem tomados em grandes altitudes".

O piloto que comandava a aeronave efetuou uma manobra manual no momento, uma vez que o piloto automático foi desativado após a perda dos indicadores de velocidade.

O relatório afirma que o comandante da aeronave foi descansar às 2h da madrugada sem deixar "claras recomendações" aos dois copilotos que ficaram no controle do airbus. Ele voltou à cabine às 2h11 e a gravação é interrompida às 2h14.

Foi divulgado também que a tripulação não avisou os passageiros dos problemas que enfrentava na cabine.

Reação da Air France

A companhia aérea Air France afirmou nesta sexta-feira, em um comunicado, que "nada permite colocar no banco dos réus as competências técnicas da tripulação" do voo Rio-Paris.


Depois da divulgação do terceiro relatório do BEA, a Air France defendeu o "profissionalismo" de seus tripulantes e questionou a "confiabilidade do alarme depois da perda de sustentação" do Airbus A330.

A ministra de Ecologia e Transportes da França, Nathalie Kosciusko-Morizet, afirmou hoje que o BEA "define os fatos, baseado nesses fatos, estabelece recomendações. A responsabilidade é papel da Justiça”.

O primeiro relatório detalhando o acidente, divulgado em maio, apontava uma falha nas sondas Pitot, que medem a velocidade e são fabricadas pela empresa francesa Thales, mas não foi possível estabelecer se isso poderia ser a causa do acidente.

Com a recuperação dos primeiros dados das caixas-pretas, foi revelado ainda que um problema técnico privou os pilotos de dados válidos sobre o voo com os quais seria possível evitar que a aeronave caísse no mar após três minutos e meio de queda livre.

Os especialistas indicaram que houve uma divergência nos leitores de velocidade que fez com que o piloto automático desligasse e forçou os pilotos a tomar decisões sem ter à sua disposição informações corretas sobre a performance do avião.

Até agora, os investigadores tinham apontado como causa uma falha nas sondas de medição da velocidade, danificadas pelo gelo e que dessa forma enviaram informações contraditórias à cabine. Mas o BEA sempre advertiu que esse problema não podia ser sozinho a causa do acidente.

O acidente

O voo AF447 da companhia aérea Air France, um A330 do fabricante europeu Airbus, decolou com normalidade às 19h29 (de Brasília) de 31 de maio de 2009 do aeroporto internacional Tom Jobim, no Rio, com destino a Paris, com 216 passageiros a bordo e 12 tripulantes.

Passadas 4h30, já em 1º de junho, ocorreu o acidente que acabou com o avião no fundo do mar e sem sobreviventes.

Das informações publicadas até agora pelos investigadores apenas a confirmação que os pilotos não dispunham de informações válidas na cabine no momento do episódio.

Isso levou a aumentar a altura da aeronave que, após alcançar os 38 mil pés, entrou em queda livre durante três minutos e meio antes de cair no mar.

Em toda a sequência revelada pelas caixas-pretas, os investigadores identificaram que os parâmetros de voo que trabalhavam os pilotos eram errôneos.

As pesquisas devem determinar onde ocorreu o erro e se os pilotos atuaram de forma adequada.

Além disso, devem estabelecer se Air France tinha preparado adequadamente seus pilotos para enfrentar este tipo de eventualidade e se Airbus havia alertado às companhias aéreas sobre as falhas nas sondas de velocidade, já registradas anteriormente.

Tanto Airbus quanto a Air France estão sendo processadas pela justiça francesa pelo acidente, embora ambas as empresas rejeitem qualquer responsabilidade sobre o mesmo.

No total, 154 corpos dos 228 que estavam a bordo do avião que fazia a rota Rio-Paris foram resgatados. Os primeiros 50, sendo 20 deles de brasileiros, foram retirados do mar logo após a catástrofe, em 31 de maio de 2009. Em outubro deste ano devem ser divulgados os primeiros resultados das identificações dos corpos resgatados. O relatório final do acidente está previsto para ser divulgado no início de 2012.



O Airbus da Air France decolou às 22h29 GMT (19h30 no horário de Brasília) do dia 31 de maio de 2009 com 216 passageiros e 12 tripulantes e caiu pouco menos de quatro horas depois a cerca de 1.100 quilômetros da costa brasileira. Todos os passageiros e membros da tripulação morreram.

O destino final do voo era o aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, onde o Airbus 330 deveria pousar às 9h10 (GMT) do dia 1º de junho de 2009.

uol

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