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quinta-feira, 31 de março de 2011

Compra da Trip é contra-ataque da TAM à Azul, diz especialista

Maior ganho da TAM é com aumento da capilaridade; fortalecimento da empresa pode enfraquecer a Gol, sua principal concorrente.

As investidas da TAM para comprar a Trip são uma reação à entrada da Azul no segmento de aviação regional, afirma Respicio do Espírito Santo, professor de transporte aéreo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Com a aquisição, a TAM passará a disputar com a Azul os voos para cidades médias, um dos filões da aviação que mais deve crescer no Brasil nos próximos anos.

A Azul anunciou no final do ano passado a encomenda de 40 aeronaves da fabricante francesa ATR para rotas regionais. “O caminho natural seria a Azul e a Trip se unirem no futuro. A investida da TAM é um contra-ataque”, diz Espírito Santo.

Aeronave da TAM pousa no aeroporto de Viracopos

Se o negócio se concretizar, a Trip passa a fazer parte do maior grupo do setor aéreo da América Latina, formado pela união da TAM com a companhia chilena LAN. “A TAM se fortalece com a aquisição da Trip, o que obrigará as concorrentes a revisar suas estratégias”, diz o professor da UFRJ.

Enfrentar um grupo aéreo formado por TAM, LAN e Trip será mais difícil para Gol e Azul. Para a Azul, a conquista do segmento regional é um desafio maior com um concorrente fortalecido.

E, a Gol, que aposta nas rotas mais rentáveis e disputa a liderança no mercado doméstico com a TAM, enfrentará uma concorrente mais capilarizada, com conexões regionais e internacionais. A Gol e a Azul não quiseram comentar a negociação da TAM.

As vantagens para TAM e Trip

A aquisição da Trip traz ganhos mais relevantes para a TAM do ponto de vista estratégico do que de market share. A Trip tem menos de 3% dos voos domésticos, mas lidera com folga o segmento regional, com 72% deste mercado.

Hoje menos de 6% do fluxo dos passageiros viaja em voos regionais, de acordo com estimativas da Associação Brasileira das Empresas de Transporte Aéreo Regional (Abetar). A expectativa dos analistas é que o crescimento das cidades médias, da renda da população do interior e a saturação dos aeroportos das principais capitais favoreçam o desenvolvimento da aviação regional no Brasil.

A Trip está adiantada neste processo e possui hubs (centros de distribuição de voos) alternativos aos operados pelas companhias maiores, focados principalmente no Rio e em São Paulo. Os principais estão em Cuiabá, Campo Grande, Manaus, Belo Horizonte e Salvador.

Todos esses pontos poderão ser utilizados pela TAM para captar mais passageiros e distribuir dentro de sua malha aérea.

“Com a compra da Trip, a TAM poderá encher seus aviões com passageiros do interior”, afirma o consultor em aviação Paulo Bittencourt Sampaio.

Esse processo poderá ser maximizado com a integração da operação da TAM com companhia aérea chilena LAN, que está em fase de aprovação pelas autoridades do Brasil e do Chile. “Eles vão captar esses passageiros para voos internacionais”, diz Sampaio.

Para a Trip, o negócio traz, principalmente, recursos para financiar seu crescimento. A companhia recebeu seu primeiro jato da Embraer em 2009 e planeja somar 24 aeronaves da fabricante brasileira até 2012. A companhia também se beneficiará do ganho de escala, com facilidades para embarcar fazer conexões de seus passageiros em voos da TAM e LAN.
ig

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