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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Tráfego aéreo – Entre o lapso e o colapso!

Sempre que uma ocorrência envolvendo o controle de tráfego aéreo torna-se pública, notamos um silêncio cômodo. Ninguém se pronuncia com propriedade. E já que aqueles que deveriam falar não falam, ouvimos por todos os cantos o zurrar oportunista e impune dos sacrílegos, com seus discursos verborrágicos, insípidos, insanos e leigos: – “A culpa foi do operador de voo da torre de comando”. E diante disso, a única manifestação que vem do Olimpo é um sorriso de soslaio, de canto de boca, amarelado pelo receio de ser lembrado. E justificam: -“Se a voz do povo é a voz de Deus, lavamos as mãos, pois quem somos nós para contestá-la?”
O mecanismo é simples. A mídia sacia o cidadão com sua logorréia. O sistema aproveita o momento e entoca, sem escrúpulos, suas falhas sistêmicas nas gretas que solapam o regulamento aeronáutico e a regulação da aviação civil. E assim, enquanto a opinião pública se farta devorando a honra e a dignidade “jomarceliana”, as instituições passam ao largo, absortas, impolutas e alheias.
É quase impossível precisar quantas revisões, emendas, erratas e reedições sofreu a biblioteca aeronáutica (ICA/IMA.../RBHA/RBAC... e os MOP das cias aéreas) depois dos acidentes de 2006 e 2007. Com certeza foram tantas que algumas até se descaracterizaram, mudaram de nome ou foram simplesmente revogadas. Para ser mais exato, uma delas, a IS-RBHA 121-189 não passou de uma “brincadeirinha”, acreditem!
Este mês os controladores e os pilotos envolvidos no episódio de 2006 começaram a ser julgados. Se foram necessários quatro anos de estudos e análises da justiça e das mais renomadas assessorias aeronáuticas para se chegar a uma conclusão sobre o que deveria ou não ter sido feito, o que poderíamos esperar daqueles que só tiveram alguns segundos, entre o lapso e o colapso, para analisar o cenário, a pertinência dos regulamentos, decidir e agir?
Se as autoridades aeronáuticas estivessem convictas da consistência de suas ordens em 2006, certamente aguardariam o desfecho jurídico de hoje para, só então, promover as alterações necessárias.
É assim que eu penso!
celso bigblog

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